domingo, 21 de novembro de 2010

Ben-Hur

Baseado num livro de um general da Guerra Civil, datado do século XIX, a superprodução dirigida por William Wyler conta de Judah Ben-Hur (Charlton Heston), príncipe da Judéia, o lugar onde Jesus Cristo nasceu e teve considerável êxito na sua profecia. Judah tem como grande amigo Messala (Stephen Boyd), que tem posto importante no império romano (que quer a todo custo o mundo inteiro pra si, custe o que custar) e oferece a Judah a oportunidade de fazer parte de sua "turma" cedendo este sua terra. Ao que Judah recusa, Messala leva isto como o rompimento de uma sólida amizade de infância.
Em um passeio de um governador romano pelo vale de Nazaré, a irmã de Judah acidentalmente deixa cair da cobertura de sua casa um telhado que quase atinge a autoridade. Estando Judah por perto, é condenado por tentar matar o governador. É preso e se torna escravo, deixando mãe e irmã de toda a Judéia à sanha cruel de Roma.
Levado a trabalhar nas galés dos navios romanos, tem Judah a sorte da liberdade, salvando a vida do capitão do navio, quando este é atingido por um navio inimigo. Voltando a Roma, tem do capitão a liberdade pelo feito, e ainda a herança de seu posto que seria de seu filho morto. Mas Judah prefere de novo a liberdade, voltar para sua terra e sua família.
Ao caminho da Judéia, encontra ele um sheik que aposta parte de suas riquezas em corridas de cavalos. Procura este um cavaleiro digno de derrotar Roma nas bigas, e ao saber de Judah ser este um exímio domador, oferece a ele os cavalos e a oportunidade de derrotar Messala, seu algoz.
Na famosa corrida, Messala é morto. Mas antes que ele morra Judah exige que este lhe conte onde se encontram sua mãe e irmã. Tendo as duas sido contaminadas pela lepra nas masmorras, são soltas, mas Messala morre sem dar a Judah esta informação.
As duas procuram sua antiga casa, onde agora reside Esther, a mulher por quem Judah se apaixonou antes de ser condenado. São descobertas pela mulher, e para esta pedem que prometa dizer que não diga nada a Judah. A mulher então não tem outra saída senão dizer que elas estão mortas.
Desolado, caminha Ben-Hur pela Judéia e ocasionalmente encontra Jesus pregando sua palavra. Dá pouca atenção e segue seu caminho. Até o dia em que descobre que mãe e irmã estão vivas. E incentivado por Esther, vai procurar o homem que carrega consigo a palavra de Deus. Por coincidência (ou não, escolham), vai justamente no dia em que Jesus foi condenado e está em plena Via-Crúcis. Numa das quedas do messias, Judah reconhece-o: Cristo uma vez lhe ofereceu água quando Judah caminhava para seu infortúnio. Se torna então um dos que acompanha o mártir em seu destino.
Tá mais que claro que é um filme que fala de Jesus Cristo, e não de um herói espartano como a publicidade ainda vende, né?
Indicado a 12 Oscars, só não levou o de melhor roteiro, que entre muitas mudanças de pena, teve Gore Vidal à frente, dando à relação de Judah e Messala como consideravelmente homo-afetiva. Stephen Boyd, que interpreta Messala, foi inclusive informado por Vidal deste detalhe, que o provável homofóbico Heston não podia saber. A cena em que os dois "brincam" de acertar o alvo, e entre um clima bastante propício para ter-se certeza de que os dois eram apaixonados um pelo outro, brindam cruzando os braços, é um dos maiores símbolos da homossexualidade "sutilmente" latente da repressão sexual de Hollywood.
Só a sequência da corrida de cavalos custou à MGM um milhão de dólares. A produção foi custosa, e entre os detalhes técnicos muitas vezes tendo de ser retomados várias vezes, quase leva a produtora à falência, que nessa época (1959) já se arrastava de recursos financeiros. Mas valeu o que pesou.
Quem espera ver aqui a história de um gladiador à la Spartacus vai se decepcionar. O filme traz mais uma mensagem cristã do que efeitos especiais.
Agora deviam ter mostrado a cara do Homem, né? Não mostram. E curioso, a cruz que ele carrega não é a que você conhece. É uma cruz em forma de T. Sim, desse jeito. Quem vai me explicar? 

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